sexta-feira, 21 de maio de 2010

Transtornos Culturais.

As reviravoltas da indústria cultural e as consequências do consumo excessivo

O cinema é feito de dinheiro e para sua sobrevivência é preciso patrocinadores capazes de garantir estabilidade nas circulações dos filmes mais conhecidos como comerciais na indústria cinematográfica.

E dinheiro era o que não faltava para o público de 1950 que aguardavam horas na fila, debaixo de sol e chuva à espera por uma sessão em um dos tradicionais cinemas paulistanos como o Marabá (localizado a Av São João). As filas dobravam quarterões e lotavam facilmente as 1800 cadeiras da sala.

Era um público com sede das artes importadas do mundo, para uma cidade em crescimento. O mundo ia se transformando e cada vez mais as películas hollywoodianas ganhavam espaço na cultura brasileira.

Hoje, a realizade não é bem essa, cinemas tradicionais como Marabá, Belas Artes e Olido, hoje perdem espaço para empresas comerciais que direcionam os longas para a grande massa, promovendo então o consumismo. Diversos Gêneros como comédia, ação e romance ganharam atenção do público, dando origem ao marketing.

Os filmes conhecidos como alternativos ou lado B; ou seja todos aqueles que não recebem patrocínio por conta de roteiros não adeptos à massa; tais como temáticas de guerras, conflitos sociais, políticos e culturais são praticamente ignorados devido a não divulgação dos meios o que acaba gerando desinteresse do público os cinemas à falência. passam a perder o público levando as salas que os exibem à falência.

Um exemplo nítido de altos e baixos é o Cine Belas Artes, conhecido atualmente como HSBC Belas Artes. Sua história é antiga, e atualmente é um dos poucos cinemas de São Paulo a passa os filmes da Mostra Internacional, porém corre o risco novamente de baixar as portas.

Em Março de 2010, a assessoria de imprensa do Belas Artes informou que foi finalizado o patrocínio de Naming Right com o Cine, isso fez com que clientes do banco não tivessem mais direito a desconto na compra de ingressos. Mais uma vez o local está sujeito à perder uma parcela do público já até então pequena comparada a outros cinemas localizados em Shopping centers.

Novamente a indústria cultural consegue nos provar que manipula tudo e todos. De certa forma este fenômeno traz consequências positivas como o fortalecimento do mercado e da economia, por outro lado a sociedade deixa de lado os valores humanos e passa a se adptar aos valores do comércio; ignorando oportunidades de sustentar a intelectualidade humana, passando a alimentar o óbvio e o clichê.

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