segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Limitação de idosos estimula novas ideias na decoração de ambientes



Para facilitar o dia-a-dia de pessoas com mobilidade reduzida, especialistas na área civil desenvolveram uma série de mudanças, tanto na estrutura quanto no interior das casas. Como conseqüência, móveis foram adequados a determinados espaços e alguns cômodos ganharam equipamentos que previnem possíveis acidentes.

De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1950 e 2025 a população de idosos crescerá 16 vezes mais do que nos dias atuais. A proporção de idosos que atingia 7,5% em 1991 passará para cerca de 20% em 2025, que é a mesma porcentagem de alguns países da Europa. Com base nesses estudos o Brasil poderá ser o sexto país com maior número de idosos no mundo.

Preocupadas em soluções que facilitem a locomoção do idoso e ao mesmo tempo traga tecnologia ao ambiente, as arquitetas Leticia Francischinelli e Maria Alice Nardy desenvolveram o “Quarto da Avó” que visa projetar a casa ideal para garantir a segurança de pessoas com mobilidade reduzida. “O nosso interesse em criar o ‘Dormitório da Avó’ surgiu pela vontade de melhorarmos a qualidade de vida dos idosos, tornando o dia a dia mais fácil, prático e prazeroso”, comenta a arquiteta Maria Alice.

As arquitetas contam que esse projeto foi baseado em diversas pesquisas com médicos geriatras onde eles apontaram quais são as maiores causas de acidentes com pessoas idosas. “Constamos que móveis com aresta em 90 graus podem ser perigosos, o que nos fez arredondar todos os cantos. Colocamos também antiderrapante nos tapetes para evitar quedas”, explica Leticia Francischinelli.

Elas explicam também que para manter a memória ativada dos idosos é importante que haja fotos de familiares, agendas, calendário e objetos pessoais. Essas sugestões foram adotadas após ouvir as críticas de uma idosa. “Adotamos uma linha contemporânea e constatamos que idosos podem e devem usufruir da tecnologia e das facilidades dos dias de hoje, mas sem perder de vista detalhes que remetam ao seu passado com um toque retrô”, finaliza Maria Alice.

Segundo a aposentada Isolina Lopes, 86, é importante mesmo que haja uma preocupação -dos arquitetos e dos decoradores principalmente- em pensar na disposição dos móveis no interior e no desenho exterior das casas. “As pessoas idosas são prejudicadas por ter alguns de seus sentidos reduzidos, como a visão por exemplo. É necessário que os profissionais entendam isso o quanto antes para criarem novas maneiras de nos ajudar”, comenta.


Camila Melim.